Aumento urgente<br>do salário mínimo
A CGTP-IN defendeu, segunda-feira, que o salário mínimo nacional seja aumentado urgentemente para 515 euros, com efeitos a 1 de Janeiro deste ano, o que significa uma subida de um euro por dia.
A proposta foi apresentada após a reunião semanal da Comissão Executiva da central, numa conferência de imprensa em que o Secretário-geral esteve acompanhado por Deolinda Machado, Isabel Tavares, Carlos Trindade e José Manuel Oliveira. Arménio Carlos explicou que, além de apresentar esta reivindicação ao Governo nos próximos dias, a Intersindical irá fazer dela o motivo de uma campanha de informação e mobilização dos trabalhadores.
O acordo, estabelecido em 2006 com o Governo e as associações patronais, previa que já em 2011 o salário mínimo tivesse chegado aos 500 euros. Mas o governo do PS e de José Sócrates não cumpriu esse acordo, tal como o actual executivo, do PSD/CDS, que mantém a remuneração mínima em 485 euros.
Feitas as contas, só este incumprimento já custou 240 euros a cada um dos mais de 400 mil trabalhadores (64 por cento dos quais são mulheres) que recebem o mínimo nacional. «É dinheiro de mais, para quem tem pouco», sublinhou Arménio Carlos. Para a CGTP-IN, «esta é uma situação insustentável, que precisa de ser revista de imediato».
A central lembra que o salário mínimo, após descontos, fica reduzido a 432 euros, abaixo do limiar de pobreza (434 euros em 2010), enquanto a Carta Social Europeia preconiza um valor equivalente a 60 por cento do salário médio (o que significaria 603 euros já em 2010). A Inter realça ainda que o aumento agora proposto terá um impacto residual nos custos das empresas.